Caros colegas que compartilham a insatisfação com o modelo
de gestão atual,
Gostaria de solidarizar-me com a tristeza tomada por tantos
com a decisão com esmagadora maioria do processo eleitoral do Rio. Mas, antes
de tudo, gostaria de fazer uma reflexão. Tenho lido muitas críticas ao
eleitorado que elegeu a atual gestão, e acredito que esse seja um importante
ponto para entendimento. A natureza dos votos parece meio óbvia: a enorme
quantidade de investimentos ocorridos no Rio durante o último mandato. O lema
‘Somos um Rio’ não deixa engano – governos federal, estadual e municipal estão
juntos nisso. A elástica coligação vencedora expõe o modelo que já conhecemos.
Não podemos desassociar a candidatura reeleita como isolada. Ela só existe
porque existe amplo apoio do governo federal, além do governo estadual. A
macropolítica desenvolvida no país se reflete aqui. E estamos falando de um
governo federal extremamente popular. Então, nada mais coerente que o eleitor
que apoia as políticas da União apoie tudo que vem sendo feito nessa cidade –
mais uma vez, feito em larga escala com verba federal que, sabemos muito bem,
tradicionalmente escasseia quando os governantes municipais e estaduais são da
oposição.
A questão, por conseguinte, que nos cabe refletir, trata-se
da coerência dos insatisfeitos. Até onde vai nossa insatisfação? Até onde somos
oposição? De resto, esse é o jogo democrático. Não é possível que o eleitor
comum seja tão limitado apenas quando discorda de nós.
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