domingo, 29 de abril de 2012

Tudo pode dar certo


Ataques de pânico, hipocondria, pessimismo, isolamento e um jovem amor que no final das contas não corresponde ao que foi pretendido. Poderia parecer desanimador, mas o acaso - parece que é tema da semana - pode mudar um destino. Acho que vou pular da janela.


Vale a pena dar uma olhada nessa resenha.

sábado, 28 de abril de 2012

Que os pecados dos pais recaiam sobre os filhos



Quando a morte, o fracasso ou mesmo a solidão chega, resta a dúvida se conseguimos o que tanto queríamos. Na incansável busca pelo graal, iludimos a mente com ficções cheias de vícios e desejos vagos. Repletos de tanto conhecimento pueril, demoramos a entender o que realmente interessa, passando o tempo sem conseguir botar as coisas no seu devido lugar, de tal jeito que, quando mais importar, percebemos que não temos onde enfiar todo o amor que temos para dar.
...
Em Magnólia, Paul Thomas Anderson sintetiza, em uma pequena cena, o grande questionamento de Kubrick - na minha pequena e limitada interpretação. Em 2001, um futuro que já é passado, Stanley apresenta a ubiquidade da busca pelo conhecimento que, depois de uma longa jornada, espelha-se na vida que foi vivida e que deixa, como grande mistério, o próprio poder de gerar outras vidas. Paul, em poucos minutos, apresenta o pai moribundo que percebe que, de tudo que deixa, o que realmente importa é o filho que abandonara, e que no presente repete os erros do pai, como um mestre que ergue um monumento ao pênis, como um monólito em praça pública. Para Paul, o que fica é que, de tudo que é possível, o amor é o que nos une, e seu grande desafio - como em tantas outras questões da vida - é ter a sabedoria de decidir o que perdoar.
...
Como última dica, para outras simbologias, Claudia Perrota.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Entre mães e esposas


Bom assistir ao Woody Allen retornando a ser ele mesmo, um artista criativo, inseguro, titubeante nas falas, desejando encontrar um mundo em que possa se encaixar, de preferência acompanhado de uma bela jovem. Kenneth Branagh e Jason Biggs quase chegaram lá, mas é Owen Wilson quem traz Woody ao campo dos sonhos, cercado por um jazz contemporâneo ao seu, acompanhado por uma linda mulher cobiçada por machos-alpha com cérebros mas caidinha por ele e uma cidade culturalmente pulsante, tudo que recheava suas caracterizações, mas que não cabia mais ao senhor com mais de setenta anos. Em Paris, Woddy Allen abandona seu desejo de viver um tempo sonhado, para recomeçar em um novo continente onde parece que tem acertado mais que em suas últimas produções americanas. Foi muito curioso ver o filme na sequência de 'Super 8', de produção de Spielberg, filme dirigido por J.J. Abrams que faz uma grande homenagem à obra de Steven e que, como 'Meia-Noite em Paris', se encerra com uma partida. Enquanto Spielberg, preso às questões juvenis, consegue se despedir da mãe, Woody Allen, como o adulto em eterna crise, se despede da quase esposa e de tudo que fica para trás. Boas obras de síntese de dois grandes gênios do cinema americano.

Hoje, amanhã e depois


Quanto você pagaria por mais seis meses de vida? Quanto pagaria para ter mais um pouco da atenção daqueles que não mais estão? O tempo, aquilo que nos é mais caro, escorre, incontrolável. Se ampliá-lo é impossível, negociá-lo é tudo que temos. Dedicamos horas, vendemos horas, desperdiçamos horas. Tão presente em nossas vidas, que poderia se tornar moeda de troca. Quantos minutos de sua vida você pagaria por um prato de comida melhor? E por uma viagem? Bem, nesses casos, parece que não existe barganha - o tempo está sendo usado para viver melhor. Mas e de onde saíram os recursos? Quanto tempo foi necessário para gerar uma hora de bom restaurante? Uma semana de bom hotel? Na ânsia de vivermos uma vida de sonhos, vendemos o que temos de mais caro para comprarmos os desejos que nos são empurrados, e nem nos damos conta disso. Quantos minutos da atenção da pessoa amada você quer negociar? Quantas fases do crescimento do seu filho você quer vender? Carregue o cartão, pois, no shopping mais próximo de sua casa, nós podemos encontrar aquele eletrodoméstico de última geração.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Perdido


A busca do pai no útero do mundo é mistério que só homem entende, ou passa tentando entender. Entre o piscar dos olhos corre uma vida, e o sentido dela se vai, quando menos se espera. Eu achei o meu, e ele escorre entre os dedos, parecendo brinquedo dos deuses, mas que não é não, pois o acaso, com seus gostos e desgostos da vida, é mais poderoso que tudo isso.