sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Cosmópolis



Cosmópolis, de David Cronenberg. Ao entrar no cinema, sala mais cheia que esperava. Ao lado do assento que selecionei quando a sala ainda estava limpa no mapa, um jovem acompanhado da família. Havia outras famílias. Sento. Levanto. Vou para o corredor. Passam por mim um bando de meninas em busca de um vampiro. Espero a hora de começar o filme e procuro um lugar sozinho, longe. As meninas riem, nervosas. Atrás de mim alguém devora um saco barulhento de alguma coisa. Enquanto reflexões sobre o capitalismo dialogam na tela, bocejos sussurram na sala escura. Um levanta, depois outro. Enquanto as vísceras do mundo contemporâneo são expostas,  pessoas desanimam. Menos as meninas, que continuam suspirando a cada pedaço de carne esbranquiçada do protagonista. Ao final, um homem bate palmas de forma intensa, e lamenta - Mas que merda! As famílias que vieram atrás do galãzinho hollywoodiano saem decepcionadas. Não era esse o espetáculo que esperavam. Eu, deslocado da poltrona que me cabia, assisto a tudo, sozinho.

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