Entre a melancolia invencível e a vergonha profunda, graceja uma suicida em potencial. Dois filmes difíceis de assistir mas que, juntos, talvez signifiquem alguma coisa. Confrontado com a inevitabilidade do fim, o que fazer? Vivemos tempos de luxúria e descarte, de facilidades e processos acelerados. Abandonamos o poder do compromisso, da responsabilidade, pois precisamos ser felizes, não? Afinal, tudo não acaba? Como se a garantia do gozo momentâneo pudesse sustentar uma vida até seu fim. Algo precisa ser criado, cultivado e mantido, e não será sem sacrifício. Essa máquina processadora altamente veloz que trabalha em nossas cabeças precisa dar algum sentido a tudo, e dessa forma criar sistemas de proteção, conforto e estímulo. Pra fazermos diferente, precisaríamos criar um software mais poderoso que a família. Até lá, é o melhor que há. Como remontá-la, em dias tão difíceis, virou a pedra de Roseta do mundo atual. E aí, vai encarar?
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Os filmes citados são, obviamente, Melancholia e Shame. O enorme desejo de potência de New York, New York é parte do último.
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