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Nascido da importação de formas
musicais jamaicanas por músicos do Bronx, em Nova York - não sem a referência
da música eletrônica alemã do Kraftwerk, da disco music, da capoeira, dos
discípulos de Marcel Marceau e dos filmes de Bruce Lee -, o hip-hop, disparado
por Clive Campbell (Kool Herc) e Afrika Bambaataa, vem sendo, desde que se
tornou amplamente conhecido, a partir do início dos anos 1980, a expressão mais
acabada de uma mistura de nacionalismo negro com direito à visibilidade das
camadas desfavorecidas. Como tal, nenhuma outra forma de arte popular ou de
massas se lhe pode comparar em força internacional, superadora do modelo de
distribuição que tem os Estados Unidos como centro gerador.
A ênfase no nacionalismo negro
sobre o brasileiro - e a autodefinição de classe por sobre a de região ou
nacionalidade - se dá de forma mais legitimada do que nunca. O álbum
"Sobrevivendo no inferno", dos Racionais, é a obra-prima dessa
experiência entre nós.
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Caetano Veloso
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