Quando a morte, o fracasso ou mesmo a solidão chega, resta a
dúvida se conseguimos o que tanto queríamos. Na incansável busca pelo graal,
iludimos a mente com ficções cheias de vícios e desejos vagos. Repletos de
tanto conhecimento pueril, demoramos a entender o que realmente interessa,
passando o tempo sem conseguir botar as coisas no seu devido lugar, de tal
jeito que, quando mais importar, percebemos que não temos onde enfiar todo o
amor que temos para dar.
...
Em Magnólia, Paul Thomas Anderson sintetiza, em uma pequena cena, o grande questionamento de Kubrick - na minha pequena e limitada interpretação. Em 2001, um futuro que já é passado, Stanley apresenta a
ubiquidade da busca pelo conhecimento que, depois de uma longa jornada, espelha-se
na vida que foi vivida e que deixa, como grande mistério, o próprio poder de
gerar outras vidas. Paul, em poucos minutos, apresenta o pai moribundo que
percebe que, de tudo que deixa, o que realmente importa é o filho que
abandonara, e que no presente repete os erros do pai, como um mestre que ergue
um monumento ao pênis, como um monólito em praça pública. Para Paul, o que fica
é que, de tudo que é possível, o amor é o que nos une, e seu grande desafio -
como em tantas outras questões da vida - é ter a sabedoria de decidir o que
perdoar.
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Como última dica, para outras simbologias, Claudia Perrota.
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