Bom assistir ao Woody Allen retornando a ser ele mesmo, um artista criativo, inseguro, titubeante nas falas, desejando encontrar um mundo em que possa se encaixar, de preferência acompanhado de uma bela jovem. Kenneth Branagh e Jason Biggs quase chegaram lá, mas é Owen Wilson quem traz Woody ao campo dos sonhos, cercado por um jazz contemporâneo ao seu, acompanhado por uma linda mulher cobiçada por machos-alpha com cérebros mas caidinha por ele e uma cidade culturalmente pulsante, tudo que recheava suas caracterizações, mas que não cabia mais ao senhor com mais de setenta anos. Em Paris, Woddy Allen abandona seu desejo de viver um tempo sonhado, para recomeçar em um novo continente onde parece que tem acertado mais que em suas últimas produções americanas. Foi muito curioso ver o filme na sequência de 'Super 8', de produção de Spielberg, filme dirigido por J.J. Abrams que faz uma grande homenagem à obra de Steven e que, como 'Meia-Noite em Paris', se encerra com uma partida. Enquanto Spielberg, preso às questões juvenis, consegue se despedir da mãe, Woody Allen, como o adulto em eterna crise, se despede da quase esposa e de tudo que fica para trás. Boas obras de síntese de dois grandes gênios do cinema americano.
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