A primeira década do terceiro milênio, montada sobre uma ampla rede midiática, trazia a impressão que o exagero levaria ao estrelato. Living fast, dying... never. De Britney Spears e Lindsey Lohan a Ronaldo e Adriano, pipocavam por todos os lados exemplos de gente que, quanto mais bobagem fazia, mais admiração conseguia. O grande rei da extravagância, Michael Jackson, morreu e, ao que parece, virou deus. Assim, tome candidatos esdrúxulos a celebridade em reality shows, como assistentes de palco ou videomakers de Youtube. No apagar da década, Tiger Woods, um dos maiores fenômenos de sua geração, mostrou que, pelo menos no caso dele, o buraco é mais embaixo. Além do prejuízo próprio, com o cancelamento de seus patrocínios, prejuízo a outros. "O escândalo pode ter custado às empresas patrocinadoras do maior golfista do mundo entre 5 bilhões e 12 bilhões de dólares em perdas", como postado no UOL Notícias, ou queda de audiência dos torneios de golfe, que chegara a quase 50% quando afastara-se por oito meses no ano passado. Naquele momento, o percentual de queda das taxas publicitárias dos torneios sofreram um índice de redução parecido, causando apreensão entre os organizadores dos campeonatos com o que poderá acontecer, como foi noticiado em O Globo de 06.01.10. Mesmo que ainda chame todos os olhares em sua direção e ocupe um grande espaço na mídia, como a capa da Vanity Fair, por exemplo, Tiger Woods está provando o gosto amargo de que, mesmo no mundo da fantasia midiática, alguns atos podem gerar, no mínimo, imenso desconforto.
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