segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Feitiço de Andie



Funeral Blues

Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Evitem o latido do cachorro com um osso suculento,
Silenciem os pianos e com tambores lentos
Tragam o caixão, deixem que o luto chore.
Deixem que os aviões voem em círculos altos
Riscando no céu a mensagem Ele Está Morto,
Ponham gravatas beges no pescoço dos pombos brancos do chão,
Deixem que os guardas de trânsito usem luvas pretas de algodão.
Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana útil e meu domingo inerte,
Meu meio-dia, minha meia-noite, minha canção, meu papo,
Achei que o amor fosse para sempre: Eu estava errado.
As estrelas não são necessárias: retirem cada uma delas;
Empacotem a lua e façam o sol desmanchar;
Esvaziem o oceano e varram as florestas;
Pois agora nada mais de bom nos resta.

W. H. Auden

Como o filme é de 1994, imagino que já tenhamos 18 anos de quando eu vi esse filme no cinema, exatamente em um dia como o de hoje. Sempre gostei das comédias românticas, desde Cary Grant e Gracie Kelly na Sessão da Tarde. Este filme trazia um outro Grant da qual eu sou fanzaço, com filmes que já vi um monte de vezes. E a Andie... O primeiro que me lembro dela já me foi um filme marcante - Sexo, Mentiras e Videotape. Assisti a vários outros, inclusive um dos meus preferidos entre tantos, O Feitiço do Tempo. Juntando os seus longos cachos com os doces romances vividos no cinema, não há sofá, fim de tarde e lágrima que resista.
Quanto ao poema, sua citação rasga um vazio que as comédias românticas não gostam de lembrar. Nestas, a história termina no momento preciso em que, depois de algumas desventuras, é possível sonhar com a ideia de ser feliz para sempre. Como parece que alguém já disse e Phill, em Punxsutawney, constatou, isso sempre acaba.

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