domingo, 2 de janeiro de 2011

Rumo ao infinito

Depois de tantos acertos pessoais em 2010 (parece que para um monte de gente também), foi com uma pontinha de alegria que assisti, às 3:00h da manhã do Revellion do dia primeiro, ao repeteco da apresentação do símbolo das Olimpíadas do Rio 2016. Aos 42 anos, posso dizer que cresci em uma cidade abandonada. Recriada com a Primeira República, na década de 1920 consolidou-se como Cidade Maravilhosa, cuja Era de Ouro seria derradeira. Os anos dourados de 1950 foram os estertores de uma capital planejada para ser muda e bela. Ao ganhar voz nos anos de 1960, gritou sempre como oposição, e se empobreceu, até ver seu Sebastião ressurgido. Do Velho ao Operário, não sei dizer o quanto a política mudou, mas o povo (aqui entendido como grande parte da população, independentemente da renda) gostou e, mais que tudo, sobrou pra nós. O destino sorriu, talvez de deboche, ao ver o Café-com-Leite na oposição, e a NovaCap, corrompida, também. Voltamos a ser a princesinha cortejada pelo poder que, como só o destino sabe fazer, tudo dá certo. Agraciados com a final da Copa de 2014, aguardamos ansiosos, população e empreiteiros, pelas transformações de uma cidade que será olímpica em 2016. Altos investimentos em infra-estrutura urbana preparam trilhas para um homem que já se sente velho, mas calçam caminhos para uma menina como minha filha, que há pouco começa a andar. A cidade que mal foi da minha geração, nascida em 1968, talvez ofereça um futuro melhor a quem deixarmos pelo caminho. Já que sonhar não é de graça, pois a esperança está embutida nos impostos, não espero que desejos se realizem, mas, apenas, que uma cidade melhor aguarde as nossas linhagens. Feliz 2016!

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