domingo, 30 de janeiro de 2011

Cirque du soleil


Não tenho me animado muito em assistir o Barcelona jogando, apesar de admirar o clube e achar esse time excepcional. Vendo o segundo gol no jogo contra o Hércules, lembrei-me do meu desinteresse por acrobatas de circo. Apesar da imensa dificuldade de execução, do risco da atividade e da plasticidade, nunca me emocionei com essas apresentações. Os movimentos são perfeitos, a apresentação não tem falhas, e a distância não permite ver um suor escorrendo, uma testa crispando, um tique nervoso. Fica difícil pressentir um desastre eminente, ou mesmo um mico desaprovador.
Assim me parece o Barcelona. A bola vai pra lá e pra cá, em toques simples, sem floreios. Os dribles são curtos, objetivos. E sai o gol. Os adversários parecem sparrings dos Globetrotters, com todo o cuidado para não machucarem as estrelas do espetáculo. Aliás, talvez a única graça da final da Copa do Mundo vencida pelo Barcelona desfalcado de Messi e Dani tenha sido a tentativa desesperada dos holandeses de, através de rasteiras, agarrões e golpes de caratê, segurarem o excrete espanhol. Sangue, suor e lágrimas, é o que falta ao show catalão.

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