Por causa da presença de Fernanda Montenegro, iluminada pela sombra de Nelson Rodrigues, no desastroso espetáculo do empate do Fluminense com o Goiás, o jornal O Globo estampou a manchete acima para reafirmar a sina de um time que sossobra na hora fatídica. Mas a tragédia tem ingredientes próprios, e somente em São Paulo o quadro se completou. O profeta do futuro passado vaticinara: "enquanto o homem de corpo fechado estiver em campo, a vitória não virá." Washington, Coração Valente robótico, estava lá, pronto para cumprir o roteiro do drama que se avistava. O homem que sobreviveu a todas as previsões, entra em campo por um preço - o título não será seu. Nem os previsíveis. Na pretensão de ser senhor do seu destino, Muricy resolve, ao contrário dos teatrais gregos antigos, ouvir o oráculo.
Mas sobre quem o vidente vaticinara? O destino é caprichoso, não se deixa possuir tão facilmente. O comandante tricolor não depende apenas de suas forças. Seu arqui-inimigo continua à frente - o Mosqueteiro luta, e parece imbatível. Um fenômeno de oito embates invicto, três vitórias seguidas. Até que o espectro de seu patrono deixa o campo, contundido. O Mosqueteiro curva, sua vitória se distancia, e a derrota só não chega pela proteção das forças ocultas. Depois de tudo isso, para o tricolor ainda falta o toque de mágica, o tento da vitória.
De quem é o corpo fechado? A vitória chega, nos pés de Conca, o Bruxo Imortal, o homem de todos os embates. Onde todos caem, é lá que ele estará. Mas, estará o profeta correto? De quem será o Cálice final?