Poderia parecer muitas coisas. No campo que pretendia comemorar a diversidade racial, duas seleções européias, ex-colonizadoras, repletas de brancos, mostraram-se soberanos. Afrikaners poderiam vir comemorar suas raízes, a Holanda estava na final. Tudo sobre o olhar das melhores casas reais européias. Sei não...
Quando todos esperavam ver os melhores do mundo em ação, o assunto dominante foi a bola de plástico Jabulani, o Polvo que acertava mais que comentarista, que modelo ia patrioticamente tirar a roupa primeiro, que árbrito ia ganhar o Oscar de efeitos especiais. Segunda pior média de gols da História das Copas. Maior número de cartões em uma final. Na lista top 5 dos craques, ninguém fez gol. Ah, sim, o Cristiano fez. Sem querer. Sei não...
Num mundo globalizado e tecnológico, o técnico ditatorial brasileiro fechou concentração, atleta japonês preferiu jogar pela Coréia do Norte - e chorou com hino - e árbitro não viu o que todo mundo, em 36 câmeras, viu. A bola, depois de muito estudo, mostrou-se uma porcaria. Afinal, avançamos ou regredimos?
A resposta fica clara quando percebermos que nada disso fez diferença. Diversidade racial significa exatamente isso, qualquer um pode estar lá. Falou-se de tudo além do futebol, mas não temos como esquecer os emocionantes jogos dos norte-americanos, os últimos e dramáticos minutos finais da Itália, a sequência de pênaltis entre Gana e Uruguai - aliás, qualquer jogo do Uruguai foi cheio de alternativas. A bola não impediu os grandes jogos da Alemanha e da Espanha e, pra quem queria ver craques, a Espanha tinha um monte. No novo mundo do futebol, a América se agigantou, a final foi virginal, e uma nova escola de futebol se consolidou.
Mas, já que tratamos de tudo além de futebol, nós, ibero-americanos, podemos comemorar. A musa da Copa é paraguaia, a estrela da final é colombiana, o craque escolhido é uruguaio e o campeão é espanhol. Imaginem se os melhores do mundo - todos ibero-americanos - comparecessem ao Mundial...
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