Chamou-me a atenção a morte no último 16.02 de Abdulkhakim Ismailov, soldado soviético que aparece na foto abaixo, de 1945. O interesse despertado deveu-se não por ser um personagem histórico, mas sim por saber de sua existência. A fotografia, tão representativa sobre a vitória soviética sobre os alemães e a conquista de Berlim, nunca me fez pensar em quem são as pessoas presentes. Arquivo vivo, momento congelado, simulacro de algo de outro plano, não mais existente.
Só foi identificado como elemento da fotografia em 1996, mas para tantos que conhecem a imagem, sua existência sempre fora ignorada. Teria dimensão de sua importância? Tal questão fez-me refletir sobre texto de O Globo tratando de personalidades reclusas, matéria motivada pela morte de J. D. Salinger, autor de “O apanhador no campo de centeio”. Pessoas que se esquivaram da exibição pública, passando ao largo da fama que conquistaram. Quem recusaria a celebrização que tantos desejam?
Lembrei-me então de algumas figuras que, mesmo sem recusar o reconhecimento, remaram contra a maré. Pedro II republicano em Paris. Woody Allen ausente em sua premiação do Oscar. Bill Watterson e a desistência comercial de Calvin & Haroldo. Zidane sendo expulso em sua despedida do futebol na final do mundial de 2006. Quando você fantasia que é alguém, veste o traje inteiro ou fica só com os melhores momentos?
…
Bill é o de bigode aí abaixo, feito pelo próprio e postado aqui.
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