As primeiras imagens vêm em ondas. A estação Solaris decaindo de sua órbita em direção ao planeta (qual é mesmo seu nome?). Trinity flutuando em látex pelo quarto de hotel. Agente Duham recebendo pistas de seu amante imaginário alojado no seu inconsciente. Bruce Willis (qual é mesmo seu nome?) vivendo eternamente na imagem do garoto que viu seu próprio assassinato. Anakyn transforma seu pesadelo em realidade, e assim liberta seus monstros. Muitas variáveis, mas um sonho não precisa ser tão complexo assim, precisa?
Se o virtual está em nós, não precisamos ir tão longe. E, mais que de repente, surge na minha frente Vinícius. Acabara de vê-lo em fragmentos, durante uma atividade escolar, em sua plenitude: as paixões avassaladoras, as intermináveis rodas de amigos, a constante presença do álcool. O bon vivant que estava sempre a lamentar, a tecer tristezas em suas letras. A tentativa desesperada de aprisionar não alguém, mas um sentimento fluido, intangível. A saudade incurável de um Libertino que está sempre em busca de uma dose de prazer mais intenso, pois que tudo pode e nada cala sua alma.
Se você é Leonardo, Johnny ou Moraes, isso rende uma bela história. Se não, é só mais uma vida comum, vazia, na qual o limbo só termina com a morte.